quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Curtir.





Ando precisada de botões de "Curtir" para a vida.
Um curto para a coca-cola gelada na praia.
Um para a caipirinha doce na casa dos amigos.
E outro para a coca-cola gelada e para a caipirinha doce na casa de praia dos amigos.
Um curto para os amigos que sabem tocar sax.
Um curto para os amigos que sabem tocar Jazz e Blues no sax.
Para o meu CD de Vanessa da Mata que custou R$ 9,60 na Livraria Cultura.
E para o meu livro de Zizek que custou R$ 70,00.
Um curto para as minhas férias que vão envolver tirar carteira de habilitação, trabalhar e malhar.
Para o carro na estrada, sem destino algum.
Para as minhas Havaianas e para o short velho.
Curto para um dia inteiro assistindo filme e comendo pipoca de microondas com manteiga.
Por falar em comer, curto para o petit gateau que eu comi ontem.
E para o risoto de queijo que eu vou fazer na semana que vem.
Curto para o gerente que resolveu meu problema na conta da empresa.
Para o moço que deu a vez para o meu carro na rua.
Para o que deu legal com a mão, quando foi a minha vez de deixar passar.
E para o outro moço, o do carrinho de munguzá, que bate ponto na frente da oficina até às quatro da tarde.
Para falar a verdade, eu ando precisada mesmo é de sentimentos e abraços.
Mas se nesse mundo de redes sociais, sentimentos e abraços viraram botões,
então,
Eu curto.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E, até mais!





Hoje quero me despedir de muitas coisas. Levarei apenas a esperança de um novo recomeço. E por me dispor a começar de novo, estou aberta a novas experiências, na verdade, já me abri.
Quero deixar para trás todos os motivos que me fizeram sentir raiva, as situações que me fizeram alterar a voz, e todas as palavras pronunciadas para me desestimular a continuar a busca do meu eu, e consequentemente da minha felicidade. Despeço-me de tudo isso com a sensação do dever cumprido.
Vou deixar para trás todas as minhas fraquezas. Aquelas que me fizeram chorar, as que me fizeram acreditar que eu era triste e sozinha. Quero dar adeus à sensação que às vezes me acometia de que o mundo estava contra mim. E me despedir em definitivo da ridícula piedade que eu sentia de mim mesma nos momentos difíceis da minha vida.
Despeço-me de todas as mágoas que já causei e, ao pedir desculpas, despeço-me também de todas as que me machucaram o coração. Despedir-me-ei dos sentimentos negativos que atrasam a vida e nos transformam em lodo. Quero na minha vida natureza viva e abundante, regada com amor, respeito, consideração, carinho e muita fé.
Deixarei para trás alguns sonhos, mas isso não quer dizer que levarei comigo frustrações por não os ter realizado, mas a certeza de que eles foram importantes para que minha chama interna não se apagasse. Partirei para outros devaneios, e estes também serão combustíveis para o meu sucesso.
Assim sendo, avisei ao meu coração que ele está renovado. Batendo no compasso das novas emoções. Também já informei ao meu fígado que ele não mais sofrerá por causa da tristeza, pois estou me despedindo dela. Aos meus pulmões mandei um recado avisando que toda a aflição que eu sentia, por não conseguir controlar tudo e todos, não vai mais atrapalhar o seu excelente funcionamento, já que a minha paciência será exercitada. Por fim, quero dizer aos meus rins que eles estarão protegidos, porque o medo, esse sentimento que ceifa nossos sonhos, deverá ser extirpado de vez.
Me despeço das carências, e das atitudes impensadas provocadas por ela, que muitas vezes me feriram a alma. E pensando bem, de tudo o que vivi, levarei algumas coisas. Partirão comigo as emoções vividas que me fizeram sorrir, cantar e dançar. E na alma, vou levar a leveza e a alegria de quem quer transformar a vida em presente de Deus.
E, agora é esperar que os ventos mudem as suas direções. Uma resposta, uma decisão, uma coragem. Tudo indicará mudança, só não sabe-se qual.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Me ouvir. Você consegue?

Eu não disse uma palavra, e ainda assim falei mais do que devia.
Meus pensamentos e desejos estão escritos por toda minha face.
Este sorriso falso é só uma distração.
Você está evitando meus olhos por saber que eles estão pedindo sua ajuda?
O silêncio que criamos continua gritando em minha cabeça.
E você segue sem ainda ouvir nada.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Insônia


Que horas são? 0:00? Estou há 2 horas nessa cama e não consigo dormir. Nunca pensei que minha insônia pudesse piorar. Minha hiperatividade me impedia, conseguia dormir ao menos cinco horas por dia. Agora tenho insônia, só durmo quando precisam que eu durma. Sozinha, fico nesses meus pensamentos e simplesmente não durmo. O legal é que agora eu não só penso, mas escuto uma voz narrando tudo pra mim ou pra sei lá quem mais quiser me ouvir. Continuo sem conseguir organizar meus pensamentos, mas pelo menos agora minha vida parece um livro ou um filme. Provavelmente um filme ruim, daqueles lentos, sem ritmo e que poucas pessoas aguentam assistir até o final. Eu sou uma dessas, afinal estou curiosa pra ver como tudo vai acabar. Gosto de finais felizes, apesar que na  vida real eles parecem tão distantes, mas sei lá, pra mim acho que seria uma boa. Vamos ver. Por enquanto tudo vai mal, como naquela música do Caetano, como é o nome mesmo? Ah, daí já é pedir demais. Funciona mais ou menos assim: se eu lembro do Caetano Veloso ou até de um pedaço de uma música dele, me pedir pra saber o nome dessa mesma música já é demais.
Preciso de ajuda. Nada adianta. Continuo na mesma. Não sei se meu problema se enquadra na categoria de problemas-que-possam-ser-resolvidos-com-métodos-tradicionais, tipo ajuda profissional ou mesmo religião ou qualquer outra forma de crença. Não quero supervalorizar meu problema, mas eu realmente acho que ele seja diferente dos outros. Paranoica? Hipocondríaca? Me chame do que quiser. Meus sintomas não são diferentes. Como já falei, tenho insônia e minha memória está cada vez pior. Bom, isso também acontece com muita gente. Mas essas pessoas fazem tratamento, tomam remédios e geralmente um dia se curam. Já fiz tudo isso e como disse, continuo na mesma. Talvez eu realmente devesse parar de me preocupar tanto. 1:05. Gosto do silêncio dessas horas. A sensação é que o mundo deu uma parada, como se ele estivesse cansado da correria do dia e pedisse sossego, pelo menos por algumas horas. Nesse silêncio consigo escutar meus pensamentos, o estranho é que o narrador dessa história sou eu mesma. Antes, tudo era apenas um furacão de idéias picotadas, sem advérbios ou conjunções que as fizessem ter ao menos uma estrutura literária. Ah, como eu amo essa estrutura literária! Pelo menos agora posso ficar parada nessa cama, durante horas, só acompanhando meus pensamentos narrados disciplinarmente por essa guria que vocês estão conhecendo agora. Vocês? Não sei como posso acreditar que alguém, além de mim é claro, possa se interessar por uma história tão sem sentido como essa.